quinta-feira, 26 de março de 2009

O capitão 90!

Não tinha pra ninguém no quartel!

Contexto histórico-social


O ano era 1995 e a década estava infestada de músicas dance ruins, grupos com letras indecentes como Twenty Fingers e sua música "Don't wanna a short dick man" ou grupos especializados em poperô putaria como o E-rotic, que cantava "Help me Dr. Dick" ou "Fred come to bed".

Como ser cool gritando nas músicas

Um ritmo tão rico musicalmente como o dance estava afundado em sexo e drogas até que chegou um homem que mudou isso. Um negão com cara de tenso, vestido com uma farda, que gritava ordens militares a um batalhão de mulheres seminuas com regatas brancas molhadas que fariam qualquer coisa que ele mandasse. Certamente um dos frontmans mais cools de todo mundo Trash 90. O homem que trouxe ordem e disciplina para o dance tinha um nome: Captain Jack.

O homem por dentro da farda

O mais interessante da história desse Capitão da Dance Music era que ele realmente era militar. Franky Gee nasceu em Cuba, mas cedo emigrou para Miami. Quando era jovem decidiu se alistar no exército americano e foi mandado para a base de Berlim. Lá na Alemanha ele começou a frequentar a náite e se tornou DJ. Anos depois, quando foi chamado de volta à América, Franky deu uma banana para o Tio Sam e decidiu sair do exército e fixar residência em terras germânicas.

Da união de Franky com Liza da Costa, uma cantora de jazz com raízez portuguesas, nasceu o Captain Jack, que em 1996 arrebentou as paradas com seu primeiro cd que contava com hits como "DDR - Dance Dance Revolution", "Drill Instructor" e "Soldier, soldier". Nesse último Captain Jack era mais soft e pegava no timão como capitão de um navio em um clip romântico/dance.

Liza, Franky Gee e o quepe vermelho.

Em 1999, quando a música dance já cambaleava, Liza da Costa abandonou o barco, mas Captain Jack continou firme em seus ideais balísticos, sempre escolhendo vocalistas gostosas, mesmo que nenhuma das posteriores tivessem o carisma de Liza. Nessa fase inclusive ele lançou "Iko Iko", uma música menos dance e mais rítmica que tem um clip sensacional onde ele está numa ilha deserta cheio de moças aborígenes semi-nuas. Captain Jack perde o decoro militar e vai à loucura com as senhoritas.

Também foram muitos os covers, como de A-ha e Europe, além de inovar e colocar a melodia da clássica A Banda de Chico Buarque em um ritmo dance: "Estava a toa na vida, o meu amor me chamou / Pra ver a banda passar, cantando coisas de amor"

Mesmo longe da fama mundial que adquiriu em 1996, o Capitão dos 90 continuou lançando discos até 2005, quando saiu o Greatest Hits, coroando uma trajetória de muitas batidas e gritos militares.
Nunca houve capitão mais cool

O fim trágico


No dia 17 outubro desse mesmo ano, quando caminhava com seu filho pelas praias em Palma de Majorca, Franky Gee sobre uma hemorragia cerebral e entrou em coma. Cinco dias depois ele faleceu, levando consigo a trajetória de um dos vocalistas mais carismáticos de toda dance music.

A obra-prima: DDR - Dance Dance Revolution
Com esse clip Captain Jack explode mundialmente



O legado do Captain

Com a morte do lead man, a banda Captain Jack ficou 3 anos parada. Em 2008 voltou, porém com outro cara vestindo a eterna farda com o quepe vermelho e com uma onda nada dance, como você pode ver no site oficia:l http://www.captain-jack.com/

Liza da Costa, a primeira vocalista, chegou a incursionar em uma carreira solo lançando uma música chamada Banana Coco, que parece um Mambo Number 5.

Felizmente ela percebeu que era uma bosta e se voltou para o lado maiz jazz, o que foi sua principal influência desde pequena. Atualmente ela canta em português em uma banda de cool brazilian music chamada Hotel Bossa Nova, que já passou por vários países do mundo . É até bem legal. Veja só o myspace deles:

http://www.myspace.com/hotelbossanovamusic

Bônus Track
O clip de Get Up, que mistura Chico Buarque, latinidades e dance music. A vocalista dessa época era a Maloy.

2 comentários:

Ronin disse...

Literalmente um monstro do futebol.
Eterno. Já disse, e repito.
Lalas e Marcelo Balboa (que quase fez um gol épico de bicicleta durante a Copa de 94) são melhores que o tal Miranda e André Dias.
Não jogam bonito. Jogam feio por natureza.

Anônimo disse...

Não conhecia Captain Jack, mas acho que encontrei um novo ídolo. =PP

Adorei seu blog, favoritei.